Dificil dizer Adeus...

“Nada se repete, nada se promete...e é tudo tão fugaz e tão breve”. Palavras sábias as da cantora Mafalda Veiga…
Assim chega ao fim uma das melhores experiências de sempre...Após cinco meses longe do meu país, da minha família, dos meus amigos, o sonho Erasmus está prestes a terminar e com ele um infindável livro de memórias...
Foram cento e cinquenta dias de um misto de sentimentos difíceis de explicar…Entre muitos sorrisos e muitas lágrimas, Salamanca será um dos locais mais fantásticos e mágicos que alguma vez conheci…
Agora que as aulas findaram restam os últimos exames e o desfrutar dos prazeres que a cidade salamantina ainda pode oferecer…
A cada semana que passa somos obrigados a dizer adeus aqueles que partilharam connosco momentos únicos e aí o coração fica um pouco mais pequenino…
Para trás ficam os dias de azáfama entre os estúdios de rádio e televisão, na faculdade de comunicação. As correrias são agora entre salas de exame e bibliotecas, num intuito de encerrar mais um ano lectivo.
Enquanto isso, a facção portuguesa em Salamanca dá os últimos retoques numa história de vivência conjunta que o tempo prometeu não apagar.
Vai longe o dia 10 de Fevereiro, o dia da minha chegada….Vão longe os medos, as inseguranças, as tristezas…Perdura a amizade, o companheirismo, a cumplicidade, a nostalgia…Adivinha-se já uma saudade dolorosa.
São assim os últimos instantes de um estudante Erasmus. Acima de tudo a sensação de um objectivo cumprido e a certeza de não voltar mais a mesma pessoa…A convicção que o mundo é agora desvendado com olhos diferentes.
Pergunto-me se o factor sorte influenciou de alguma forma o meu percurso Erasmus. Acredito que sim, mas há sempre algo que dizem estar escrito…e isso faz me reconhecer que estes foram sem dúvida os melhores dias da minha vida.
O sol voltou a brilhar na cidade salamantina, as ruas parecem estar cada vez mais repletas de turistas, de pessoas diferentes, que como nós Erasmus tentam eternizar cada momento vivido. A noite aqui nunca perde o seu encanto e o enorme relógio da Plazza Mayor parece não deixar de ser o anfitrião.
O tempo foi efémero mas foram estes os laços que me prenderam a esta cidade….
Em breve todas estas vivências, todas estas emoções serão apenas uma lembrança…
Tudo isto será o que de melhor levei do cantinho do mundo que tão calorosamente me acolheu…
É difícil dizer adeus….

in Crónica Erasmus, Academico